Um ano antes da desativação da Casa de Detenção do Carandiru, detentos aprendem a utilizar câmeras de vídeo e documentam o cotidiano do maior presídio da América Latina.
O filme mostra as diversas maneiras que os presos tinham para sobreviver na cadeia, e as condições sub-humanas em que eles viviam.
Até dentro de uma prisão o estado é o poder. Ele quem aplicou aos prisioneiros a pena.
Ao entrar na prisão, os detentos recebem uma cartilha com direitos e deveres do preso, e é dada uma palestra de admissão, em que ironicamente é lhes dado boas vindas. Havia academia em que os presos praticavam esportes como o boxe, futebol, capoeira e vale tudo. Faziam também trabalhos artesanais, desenhos, pipas, pinturas, desenhos em paredes, artesanato em madeira e sabonetes. Também com uso de materiais já encontrados dentro da prisão, se fazia uma maquina usada para fazer tatuagens.
Havia em relação à saúde, uma notável precariedade, com muitos presos doentes, sem possuir tratamento adequado. A chamada “saidinha” era concedida a alguns presos diante de sua situação carcerária e bom comportamento, podendo sair para visitar sua família.
Dentro da prisão havia vários grupos como um que cantavam rap, com palavras agressivas, dizendo com suas palavras que ao entrar no Carandiru, não haveria ressocialização, mas sim, sairiam daquele presidio e voltariam para o crime. Havia também grupo de homossexuais, prática de prostituição, fabricação de cachaça dentro da cadeia, grupos que praticavam a macumbaria, e um grupo que realizavam cultos dentro da prisão.
O prisioneiro da grade de ferro é um documentário que buscou a realidade carcerária no Brasil sem atores e personagens. Mostrando tudo ali praticado, desde esportes; artes; musica; religião; comercio; ate questões que chegam a incomodar ao serem vistas como a superlotação da prisão; sexo; drogas; precariedade na saúde; e morte.
Com base em observações realizadas no decorrer do filme, conclui-se que embora a execução penal seja de proporcionar dentro da prisão aos detentos um processo de ressocialização, no Brasil não há essa preocupação política com o condenado. De cada 10 presos, sete voltam para a prisão, por causas de falta de oportunidades de emprego a ex-detentos, e a vida que levaram dentro da prisão, sem condições de ressocialização, voltam assim à criminalidade.