Harry é um jovem mensageiro de uma loja de cerâmica. Ele conhece Mônica por acaso, uma garota sexy que trabalha em uma quitanda do bairro e se apaixona no primeiro instante. Mônica tem uma discussão com seu pai e decide passar as férias num arquipélago nas redondezas de Estocolmo com o mensageiro. Após um romântico período numa ilha distante, Mônica anuncia que está grávida. Os dois se casam, mas Mônica logo se cansa da monótona vida de dona-de-casa. O marido volta de uma viagem de trabalho e descobre que ela tinha um amante. Critica: Mônica tem 17 anos e trabalha numa pequena cidade. Harry tem 19 anos e trabalha na mesma cidade. Um dia conhecem-se e apaixonam-se, ou pensam que se apaixonam, e partem juntos. Mônica discutiu com o pai e saiu de casa. Harry discutiu com o patrão e saiu do emprego. Nada os prende à cidade, ou pensam que nada os prende à cidade, e a fuga parece o único gesto lógico. Um barco basta para se isolarem durante semanas numa ilha. Esse Verão na ilha, os dias e as noites e os beijos e a nudez dos corpos e todo o desejo são o sonho. Sabe-se que alguns sonhos terminam e em Mônica sabe-se que o olhar apaixonado e rebelde foi mudando. Esta história é a história do olhar de Mônica. De como nos seus olhos permaneceu a inquiteude enquanto se alteravam as ilusões. Mas o título mente e no olhar de Mónica, não se enganem, houve mais do que um desejo. Nesta história, como em todas, não existem amores intactos. Alguns, contudo, estilhaçam-se mais do que outros. Começou tudo pela felicidade daquele Verão. Depois vêm as dúvidas. As de Mônica e as nossas. No filme, as imagens e as palavras fazem-nos muitas perguntas mas não nos dão qualquer resposta e não se poderia nunca esperar mais do que isso de Ingmar Bergman. O filme que tanto impressionou os protagonistas da Nouvelle Vague é tão transparente como vago. A maioria das perguntas, sem surpresa, estão no olhar de Mônica
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