O documentário sobre a vida de Fernando Pessoa, defendido pela jornalista Clara Ferreira Alves, sublinha como, em apenas 30 anos, Fernando Pessoa construiu uma imensa obra, de qualidade assombrosa e tudo isto não passando, toda a vida, de um anónimo empregado de escritório.
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
O poeta é apresentado como o fundador da poesia moderna, junto com Cesário Verde que ele admirava. Clara Ferreira Alves mostra como Pessoa trabalhou como ninguém o ritmo das palavras e das frases, como trouxe para a literatura a sonoridade do dia a dia e como soube descrever a tragédia da existência: a incerteza da vida e da morte, os sonhos, as ambições, as desilusões, as contradições, as falhas dos nossos diversos egos.
Ainda segundo Clara Ferreira Alves, Fernando Pessoa fez mais por Portugal do que qualquer político, militar ou cientista. Ele foi um navegador e um descobridor. Deu-nos o nosso português moderno. Levou o país e a nossa língua além fronteiras, deu-nos prestígio, ofereceu-nos um lugar entre os melhores do Mundo. E tudo isto com o génio e o talento da sua escrita. Uma vida inteira, breve, dedicada exclusivamente à sua obra.