Essa é a cara da Democracia - Reliquias em DVDs
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Essa é a cara da Democracia

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O objetivo do filme é defender a idéia da união de grupos que lutam contra a economia capitalista, entendida como uma ferramenta na manutenção das desigualdades e da exploração do homem. O filme trabalha para construir uma idéia de luta única entre todas as categorias, demonstrando como a aliança entre elas significa uma força maior diante da opressão do Estado e das classes dominantes, trabalhando com a idéia de que o inimigo é único.
Nesse sentido, o filme também aborda a idéia de que a luta contra as desigualdades deve ser global, pois os efeitos da desigualdade do capitalismo são sentidos em todos os pontos do globo. Tanto as relações comerciais entre os países quanto à relação entre as classes sociais são pautadas pelas desigualdades e pela exploração. As imagens selecionadas buscam caracterizar o movimento como pluralista e abrangente, além de ilustrá-lo como um movimento criativo, festivo e, de maneira geral, pacifista - sem perder, contudo, o sentimento de protesto e de transformação da sociedade.
Assim como se tratou de um movimento pluralista, a nacionalidade dos ativistas também era bastante variada; militantes de grupos da Ásia, América Latina e Europa compareceram aos protestos, formando uma multidão de dezenas de milhares de pessoas, uma massa heterogênea, mas com uma única vontade: acabar com as injustiças sociais e com a exploração predatória da Terra justificadas pelo lucro burguês. Outro ponto levantado pelo filme é o de esclarecer a horizontalidade do movimento.
Os relatos coletados demonstram como o movimento foi organizado sem a necessidade de um uma liderança formal ou de um núcleo único de coordenação das atividades. A espontaneidade dos ativistas e das entidades participantes, assim como o diálogo existente para coordenar as atividades foram a chave para a resistência e para a manutenção das ações que duraram dias. Dessa forma, o filme visa a interpretação de que é possível a luta de maneira autônoma às velhas formas, geralmente centralizadas pelos partidos políticos, cujas táticas já foram, de certa forma, incorporadas pelo sistema e cujos efeitos estão em questão atualmente.
Uma parte importante do documentário é dedicada a discutir a violência policial empregada na repressão aos protestos. Cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e o spray de pimenta foram as armas utilizadas pela policia para conter o avanço e dispersar a multidão que bloqueava as ruas do centro de Seattle. A repressão é mostrada como exagerada e excessiva. Diversos casos de abuso foram relatados e mostrados pelas câmeras. Manifestantes sentados e desarmados foram atingidos por gás de pimenta atirado por policiais contra os seus olhos, de maneira proposital, além de agressões com cassetetes e prisões não justificadas de centenas de ativistas.
Dessa maneira, o título surge no filme como um questionamento a democracia existente, classificando-a como uma farsa. A liberdade de expressão e outros direitos civis são deliberadamente violados diante do questionamento ao status quo de nossa sociedade e diante da crítica ao modelo econômico moderno. Os protestos geraram um ambiente instável entre os líderes reunidos em Seattle. As ruas bloqueadas, os constantes enfrentamentos com manifestantes acirraram o clima do Fórum.
Os representantes de países em desenvolvimento aproveitaram o questionamento das ruas para levantar dúvidas quanto à democracia existente dentro do próprio fórum, alegando a pressão exercida pelas potências mundiais sobre os países do terceiro mundo e as condições desfavoráveis oferecidas a eles nas negociações de tratados. Este ponto já é considerado pelo filme uma importante vitória do movimento, pois o som dos protestos nas ruas provocou um eco capaz de levantar questões fundamentais para a discussão do comércio mundial, unindo os líderes dos países em desenvolvimento em torno do desejo de condições mais igualitárias entre as nações no mercado global.
Um capítulo especial é dedicado a discutir a mídia e seu envolvimento na cobertura dos protestos. Tendo como informação importante que 8 grandes corporações dominam mais da metade dos veículos tradicionais de mídia  nos EUA, sendo que o seu financiamento e sua manutenção dependem diretamente do capital de grandes empresas, o autor põe em xeque a credibilidade desses veículos, demonstrando sua imparcialidade e sua incapacidade de abordar os fatos de maneira isenta. Além disso, as imagens expõem a discrepância entre as cenas captadas pelos ativistas e as chamadas exibidas pelas redes de TV norte-americanas que tendam caracterizar o movimento de maneira superficial e violenta, legitimando a ação repressiva da policia, omitindo as razões do movimento e suas pautas.
A repercussão dos protestos foi tão expressiva dentro da sociedade americana, como também as conseqüências negativas para o andamento do Fórum estavam tão evidentes, que o governo norte-americano se viu na obrigação de tomar uma decisão controversa. O envio da Guarda Nacional (Unidade do exército norte-americano destinada à proteção do país contra ameaças externas) às ruas de Seattle foi de fato um dos maiores sinais de que aquela mobilização estava atingindo proporções inéditas e que era visto com grande preocupação pelo Estado norte-americano, devido ao fato de começar a interferir na dinâmica dos acordos realizados no fórum da OMC.
O documentário termina declarando a vitória do movimento, pois ele foi capaz de expor ao mundo o descontentamento de diversos grupos sociais e políticos em relação a dinâmica econômica existente e ao privilégio dado ao setores  que exploram a força de trabalho em busca de maiores lucros.
Os discursos do final demonstram a vontade de que os acontecimentos daqueles dias de 1999 não se encerrem ali e que eles sejam o nascimento de algo ainda maior, onde todas as contradições do sistema capitalista sejam expostas a fim de convocar os cidadãos do mundo a pensar em outra forma de integrar o mundo, pois a oposição a globalização está no fato dela ser ditada por uma economia que visa à exclusão e dominação.
A mensagem principal do filme é a de união de todas as lutas, pois elas expressam a mesma vontade de superar o paradigma do capitalismo e a construção de uma sociedade mais justa e onde a competição seja substituída pela colaboração.

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