Esperando godot - 2001- Michael Lindsay-Hogg - RARISSIMO - LEGENDADO - Reliquias em DVDs
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Esperando godot - 2001- Michael Lindsay-Hogg - RARISSIMO - LEGENDADO

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"Esses gritos de socorro que ainda ressoam em nossos ouvidos foram dirigidos à humanidade inteira! Mas neste momento, neste lugar, a humanidade inteira se resume em nós, queiramos ou não.Vamos fazer o melhor que pudermos, antes que seja tarde demais! Vamos representar dignamente, ao menos uma vez, o terrível papel que um cruel destino nos reservou! Que é que você me diz?" Vladimir

Áudio: inglês
Legendas: português
Duração: 113 min.
  
SINOPSE
Em um lugar indefinido dois amigos se encontram: Estragon e Vladimir. A primeira frase dita no filme por Estragon, já indica a inutilidade da presença deles naquele lugar:"nada a fazer". Eles lá se encontram para esperar um sujeito de nome Godot. Nada é esclarecido a respeito de quem é Godot ou o que eles desejam dele. Os dois iniciam um diálogo trivial que só será interrompido quando da entrada de Pozzo e Lucky. O aparecimento destes assusta os amigos, ainda mais pelo modo como os dois vêm: Pozzo puxa uma corda que na outra ponta está amarrada ao pescoço de Lucky. Lucky por sua vez carrega uma pesada mala que não larga um só instante. Entende-se pela situação que Pozzo é o patrão e Lucky seu criado. Os quatros trocam palavras, cada um com seu drama pessoal, até que Pozzo e Lucky saem. Em seguida, entra um garoto para anunciar que quem eles estão esperando - Godot - não viria hoje, talvez amanhã. Fim da primeira parte do filme.
A segunda parte é a cópia fiel da primeira. O cenário é o mesmo, a menos da árvore que está um pouco diferente, com algumas folhas. Estragon e Vladimir voltam para esperar Godot, que talvez apareça nesse dia. Iniciam outro diálogo trivial, interrompido outra vez pela chegada de Pozzo e Lucky. Só que, inexplicavelmente, Pozzo está cego e Lucky está surdo. Dialogam. Após a partida destes, aparece um garoto anunciando que Godot não viria hoje, talvez amanhã. Pensam em se enforcar na árvore, mas desistem, ante a impossibilidade do ato ser simultâneo. 
Alguns críticos dizem que Godot é God (inglês= Deus), os nomes dos personagens era Gogo (Estragon) e Didi (Vladimir) que de um certo modo, forma GODI,GODI que também lembra GOD. 

Samuel Beckett (1906 - 1989)

A extensa obra de Samuel Beckett ampliou as possibilidades do drama e da ficção de uma forma sem precedentes, trazendo para o teatro e o romance uma aguda consciência do absurdo da existência humana -  a nossa busca desesperada por um sentido para a vida, nosso isolamento individual e o abismo existente entre nossos desejos e a linguagem (forma) como eles se expressam. Educado na Irlanda, instalou-se depois em Paris, vindo a produzir seus dramas e ficções em inglês e francês. Tendo começado a vida literária como um modernista e promotor das obras de Proust e Joyce, nos anos anteriores e após a segunda guerra mundial, ele encontrou seu caminho no gênero literário.
Nascido na cidade de Dublin, em 1906, no seio de uma próspera família de protestantes, a sua primeira escola foi a Portora Royal School in Enniskillen, destacando-se nos esportes e nas línguas estrangeiras. Esta sua predileção pelos estudos lingüísticos levou-o a estudar francês e italiano no Trinity College Dublin. Ele se dava bem com seu pai, Bill Beckett, que possuía a profissão de topógrafo. Entretanto, a família sofre duros apertos financeiros quando Bill Beckett morre, em 1933; neste mesmo ano o seu primo, Peggy Sinclair, com o qual tinha grande intimidade, também morre. A difícil relação com sua mãe, May, influenciou Samuel Beckett antes e depois da morte de May, em 1950. A escrita de Beckett apresenta traços dessa relação com mãe, traços estes que ganham a forma de um respeito inconformado diante de sua dependência para com a mãe e do antagonismo que disto resulta. Talvez devido a essa longa e conturbada relação com sua mãe, os relacionamentos amorosos de Beckett tenham sido complexos e frustrados. A filha de James Joyce, Lúcia, manteve certo relacionamento com Beckett, o qual foi frustrado pela recusa de Beckett, e há evidências de que ele manteve um conturbado relacionamento com Peggy Guggenheim em seus primeiros dias em Paris. 
Durante a década de 1930, Beckett gastou boa parte de seu tempo em Londres, e foi neste período que ele formulou o seu romance Murphy (1936-38). Procurando uma explicação para sua depressão e outras doenças psicossomáticas, ele realizou um curso de psicoterapia junguiana (Carl G. Jung) na Tavistock Clinic, em Wilfrid Bion, e enquanto estava incerto sobre o sucesso de sua terapia, Beckett lembraria para o resto de sua vida uma palestra proferida por Jung, cujo tema era "never properly born”. A palestra teve repercussão direta no trabalho posterior de Beckett, especialmente Watt, Esperando Godot e All that fall, que relata o final da palestra mais ou menos palavra por palavra. Durante a Segunda Guerra Mundial, Beckett, agora instalado em Paris e tendo como parceira Suzanne Deschevaux-Dumesnil, trabalhou como um courier para o French Resistance, escondeu-se em um celeiro na cidade de  Roussillon. Durante este período ele escreveu Watt, como forma de se manter em sã consciência. O resto de sua vida, além das seguidas viagens pela Europa e Estados Unidos para dirigir suas peças, Beckett passou em Paris, onde ele e Suzanne tinham um flat e uma pequena casa em Ussy-sur-Marne, comprada pelo próprio Beckett, na qual ele se isolava para escrever. 
(...)
O trabalho de Beckett divide-se em dois grandes períodos, antes e depois de Esperando Godot (escrito por volta de 1950). O último período trouxe fama internacional à Beckett, nesse mesmo período Beckett consumiu seu tempo entre o rádio, teatro e televisão, concentrando-se mais e mais na busca pelo minimalismo dramático. (...). O período pré-Godot, quando Beckett achou um estilo próprio e era praticamente desconhecido, é visto como um período de maior variabilidade temática, mas, por outro lado, de uma menor qualidade na produção criativa. Ele começou com a novela Dream of Fair to Middling Women, com homenagens e burlas endereçadas à Proust e Joyce, e veladas referências autobiográficas, que o levou a ter problemas com a família e amigos. Este trabalho experimental foi publicado em 1934 como More Pricks than Kicks, uma série de curtas histórias e somente foi publicado em sua totalidade em 1992, alguns dizem que foi publicado contra os desejos de Beckett. Junto com algumas poesias e uns poucos textos de jornalismo literário, as principais realizações de Beckett ainda no período pré-Godor são a comédia Murphy (1938); a extraordinária e inclassificável novela Watt (escrita entre 1941-45, e publicada em 1953); e a insuperável trilogia Moloy, Malone Dies e The Unnameable (escrito entre 1947-50, publicado entre 1951-55) que, juntos, certamente representam uma prosa madura e expressam os principais temas e preocupações de Beckett. 


Uma breve introdução ao Teatro do Absurdo

A fama de Beckett se deve mais ao livro "Esperando Godot" do que aos seus demais trabalhos. Suas peças colocaram no centro o Teatro do Absurdo, um dos movimentos teatrais e literários mais importantes surgido após a II Guerra mundial. 
Esse movimento literário dramático, estabelecido e desenvolvido entre as décadas de 1950 e 1960, o qual revolucionou o drama inglês e mundial, além de ter conectado dramaturgos como Edward Albee, Eugene Ionesco, Harold Pinter, Jean Genet, Vaclav Havel, cujos trabalhos são expressões de suas experiências pessoais, foi caracterizado por Albert Camus, em seu livro "O mito de Sísifo", como Absurdo ou Absurdidade (Absurdity). As experiências pessoais dos autores e seus sentimentos diante de certos acontecimentos são as principais fontes de inspiração de todas as suas imagens teatrais, refletindo seus estado de mente e de espírito. Os sentimentos de Absurdo ou Absurdidade (Absurdity), como uma motivação literário-criativa, ligando uma série de autores literários e filósofos, é também evidente em quatro peças de Beckett: EndgameHappy DaysKrapp´s Last Tape, and Waiting for Godot. 
Absurdo ou Absurdidade é uma palavra-chave nos escritos dramáticos de Beckett e dos demais escritores ligados ao gênero Teatro do Absurdo. Uma das mais básicas questões filosóficas é se há algum significado em nossa existência. A necessidade humana de uma explicação unificadora do mundo sempre foi satisfeita pela religião e pelos criadores de sistemas filosóficos, que deram significados diversos à existência humana. o desejo "natural" de conhecer e compreender o mundo em suas esferas mais recônditas foi satisfeita por dogmas religiosos a cerca da existência de Deus, o qual garantiu a contingência da vida humana. Em 1883, Friedrich Nietzsche publicou o que viria a ser sua obra-prima "Assim falou Zarathustra", onde apareceu a famosa  tese "Deus está morto". A partir da publicação de "Assim falou Zarathustra", as velhas certezas da vida cotidiana começaram a ser questionadas. A I e a II Guerra Mundial causaram uma profunda depressão econômica e milhões de vidas foram perdidas, o que trouxe como resultado um mundo ausente de qualquer princípio unificador, um mundo sem sentido e desconectado com a vida humana. Se a pessoa percebe a ausência de sentido, e está é uma expressão que bem representa o espírito da época na qual está enraizada o Teatro do Absurdo, o mundo se torna irracional e o conflito entre o mundo e o indivíduo aparece com toda a força. Martin Esslin menciona um conceito de Absurdo formulado por Ionesco: "Absurdo é o que é desprovido de sentido (...). Cortado (desligado) de suas raízes religiosas, metafísicas e transcendentais, o homem está perdido; todas as suas ações se tornam sem sentido, absurda e inúteis". 
Albert Camus (1913-1960), um ensaísta e novelista francês, que elaborou uma teoria do absurdo e que também aplicou sua tese de Absurdo em seus escritos literários, lida com o absurdo da existência humana, demonstrando-o literalmente com o legendário mito de Sísifo no livro "O mito de Sísifo". Camus tenta responder a duas perguntas: "Que é o absurdo" e "como ele surge". Para isso, ele se utiliza de categorias ontológicas: "adensamento" e "estranheza ou estranhamento do mundo" ("the strangeness of the world"), que são os sentimentos do absurdo ante os quais o homem se depara em um mundo de declínio de crenças religiosas, que privou o homem de suas certezas. 
(...)
O absurdo ou absurdidade consiste em um permanente conflito, é uma contradição e, por isso, também é uma luta.

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