A Mãe e a Puta - 1973 - Reliquias em DVDs
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A Mãe e a Puta - 1973

R$24,99



Título Original: La maman et la putain
País De Origem: França
Ano De Lançamento: 1973
Gênero: Drama
Duração: 3h 30Min
Idioma: Francês
legendado
SINOPSE:
Um parisiense aparenta manter um relacionamento aberto ideal com sua namorada, mas acaba se apaixonado por uma enfermeira, que se orgulha de sua vida casual. Um triângulo amoroso se estabelece na tentativa de formar um ménage-a-trois. Poderoso filme do mestre Jean Eustache considerado por muitos uma das maiores obras primas do cinema moderno.


SOBRE:
210 minutos é o tempo requisitado por este petardo inigualável de Jean Eustache. São os mais longos e torturosos minutos jamais filmados, os mais sensíveis, subversivos e verdadeiramente avassaladores também. É fruto claro de toda a baderna em torno de Maio de 68, movimento estudantil e perda de perspectivas da juventude européia do início da década de 70, mas o que realmente fica pode muito bem ser assimilado se contextualizado com qualquer outro período histórico – especialmente os de maior desorientação, como hoje.

Pode-se buscar a grosso modo uma definição como filme de relacionamentos, assim sendo, um filme sobre o humano e sua clara imperfeição. A Mãe e a Puta tem início com Jean-Pierre Léaud, ator fetiche da nouvelle vague, sendo rejeitado por um affair. Seguimos a partir daí seus passos entre a vida com a colega de quarto – namorada de relacionamento aberto – e uma enfermeira que aos poucos começa a conhecer – num terceiro momento, temos a intersecção entre as duas vidas na inconscientemente consciente tentativa de um relacionamento a três.

É ao mesmo tempo o mais simples e calculado dos filmes. Cada movimento, gesto ou palavra parece ter sido devidamente filtrado por Eustache em busca da exatidão em seu super-controle de tempo e ação. Há um equilíbrio por vezes inacreditável na forma como cada momento – sem necessariamente representar uma ação – é coligado ao próximo, e assim mantém-se até a rigorosamente opaca mise en scéne implodir em um dos mais bem sustentados closes do Cinema – onde há também a ruptura de todas as idéias apresentadas até então sobre estereótipos trabalhados nas entrelinhas.

O resultado é tão devastador quanto a trabalhada idéia de solidão, vazio e necessidade. Eustache veicula cada movimento do filme como vertente à verbalização da idéia final – quão bom seria se todos soubessem decidir exatamente o que há a se dizer. E se, ao final de tudo, podemos ver uma grande ponta de esperança no subversivo momento derradeiro, há também uma espécie de fortificação da dúvida que se cria através da lembrança da enérgica e pragmática falta de sentido de tantos outros.

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