ítulo Original: A Divina Comédia
Título no Brasil: A Divina Comédia
Direção: Manoel de Oliveira
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 1991
Duração: 140 min
País: Portugal/França/Suiça
Sinopse: Um manicômio. Os doentes dessa instituição tomam-se por Jesus, Lázaro, Marta, Maria, Adão, Eva, Sonia, Raskolnikov, Aliosha e Ivan Karamasov, um Filósofo, um Profeta, um Fariseu, Santa Teresa d’Avila, recitando a Divina Comédia.
Numa “Casa de Alienados” assiste-se pela janela, ao pecado original, o momento em que Eva seduz Adão com uma maçã, o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Expulsos do jardim do Éden, os pecadores arrependidos voltam para essa casa, onde 12 apóstolos ou santos, profetas, filósofos e messias, questionam a salvação da humanidade através da loucura, da razão ou da fé.
Manoel de Oliveira apresenta-nos uma parábola sobre a humanidade, sobre o bem e o mal, sobre Cristo e o anti-Cristo, com base no 5º evangelho ainda não revelado.
O discurso entre crenças e descrenças cujo radicalismo recai na perca de razão, com excelentes interpretações, pelos mais famosos actores de cinema e de teatro português, numa peça em que a verosimilhança para com a realidade é intencionalmente substituída por um dramatismo exacerbado e teatralizado na representação dos personagens. Falando de estilos, é inevitável referir o factor tempo na obra de Manoel de Oliveira. Discurso que parece ter saído da literatura descritiva ou da filosofia, de autores como José Régio, Dostoievsky e Nietzsche e imagem que parece ter sido criada com tempo, para que possa vir a ser contemplada.
Planos interessantes como por exemplo, o plano de corpo inteiro sem cabeça, o plano de reflexo de Maria João Pires (pianista portuguesa) no piano, e em homenagem, nesta banda sonora, e algumas influências de filmes de suspense e de expressionismo alemão. Imagem cinematográfica também com influência da literatura bíblica.
O filme venceu um Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza.